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Projeto propõe exercitar corpo e mente para o equilíbrio emocional de estudantes

27/08/2020 - 14h58
Luana Peralta destaca que a primeira atitude
dos pais deve ser conversar e ouvir.

Preocupada com a saúde física e mental dos estudantes, a equipe multidisciplinar do Sesi Escola Várzea Grande está desenvolvendo o projeto Crossfit Emocional com os alunos do Ensino Médio Integrado Sesi Senai. A parceria entre os professores de educação física e psicologia escolar promove reflexões sobre fatores que impedem o correto funcionamento do organismo, causando depressão e gerando ansiedade.

Durante os encontros virtuais, que ocorrem durante as aulas de educação física, as questões são tratadas sobre contexto histórico, causas, tratamentos e como lidar com cada uma delas.

A psicóloga da unidade, Luana Peralta, destaca que o objetivo é discutir de maneira leve e descontraída o reflexo das questões emocionais no corpo e vice-versa, por isso, a parceria da educação física e da psicologia escolar.

“Usamos a depressão e a ansiedade como norte, mas vamos falar sobre saúde mental de maneira bem ampla. Ao levar essas informações para a sala de aula, estamos fazendo algo que na psicologia chamamos de Psicoeducação - que é transmitir de maneira didática informações sistemáticas sobre determinado tema. E tais informações, por si, já ajudam nossos estudantes a entenderem melhor sobre o que estão sentindo. Quando nomeamos o que estamos sentindo, sabemos melhor como lidar com isso”, afirma.

De acordo com ela, toda mudança de humor e comportamento das crianças e adolescentes deve ser levada em consideração, já que eles nunca passaram tanto tempo em casa. Então, o olhar da família para certos comportamentos é essencial.

“Mesmo em pandemia, ainda temos formas de contato com o outro, seja pelos aplicativos de mensagens ou pelas redes sociais. É importante observar se a criança e o adolescente continuam buscando contato com os seus pares, para que o distanciamento físico não se transforme em isolamento social/emocional. Outros sinais relevantes que podem ser observados são a privação de sono, a falta de apetite e as oscilações de humor”.

Luana lembra que, nestes casos, a primeira atitude é a conversa e ouvir, de fato, a queixa. Às vezes, os adultos desvalorizam certos sentimentos e bloqueiam a possibilidade do diálogo. A escuta já pode ajudar muito na mitigação de alguns sintomas.

“A queixa deles pode impactar em comportamentos da própria família. Quando o diálogo é aberto, também são abertas as possibilidades de uma construção de relações familiares mais saudáveis. A decisão da procura de um profissional para auxiliar nesse processo fica mais fácil quando os canais de diálogos da família estão bem estabelecidos”.

A professrora Érica Aguiar reforça que o corpo é
um reflexo da nossa mente.

Já a professora de educação física Érica Aguiar reforça que o corpo é um reflexo da nossa mente, por isso, neste período de pandemia, as crianças e jovens vivem um misto de mudanças e novas reações físicas e emocionais.

“Queremos dar voz aos alunos para que eles se percebam nesse novo formato de mundo e consigam lidar melhor com todas as mudanças. A pandemia veio como um divisor de águas. Temos que repensar a forma de agir, de viver e as tomadas de decisões. Somos inteiros, não fragmentos, e precisamos estar gozando de plena saúde, para que possamos ter ainda mais qualidade de vida. A juventude nos trás um misto de sensações e emoções. Saber lidar com elas de forma física e emocional é imprescindível no âmbito social e escolar”.

Neste aspecto, Érica ressalta que o papel da educação física no projeto é promover a reflexão dos benefícios de uma vida saudável. Além de ajudar no fortalecimento da necessidade da prática da atividade física, já que ela produz mais serotonina e endorfina, neurotransmissores relacionados à sensação de bem estar e que ajudam a reduzir o estresse e a ansiedade.

“É comprovado cientificamente que sedentários têm maiores chances de desenvolver a depressão, sendo assim, traremos para os encontros discussões com um viés neurofisiológico, para fortalecer a necessidade do cuidado com o corpo, que está ligado diretamente à mente”.

Apoio necessário

A aluna Giovana Fernanda Mata da Silva, do 1ª ano, aprovou a iniciativa e diz que ela está ajudando tanto os alunos, quanto suas famílias. “O distanciamento social ainda é fundamental, sendo assim, ficamos mais tempo em casa. O projeto está trazendo para nós a possibilidade de conseguirmos tratar a nossa saúde emocional e corporal, com mais facilidade, e conversar com pessoas qualificadas, que nos demonstram como a saúde é importante e, principalmente, como este período que estamos vivendo está agredindo a nossa saúde”.

Para a jovem, é fundamental que a escola forneça o suporte emocional. “Está sendo algo primordial. O apoio não só nos ajuda emocionalmente, mas também em relação ao aprendizado, que literalmente está sendo uma operação de sucesso”.

A coordenadora pedagógica do Ensino Médio da unidade, Luciana Brandão, reafirma que a proposta visa propiciar o trabalho interdisciplinar, ou seja, diferentes áreas do conhecimento, assim, favorecendo diferentes saberes e adquirindo uma nova postura diante do conhecimento.

Luciana frisa aida que, além do projeto, pensando no sofrimento psicológico crescente que permeia a população durante a crise do novo coronavírus, as unidades do Sesi Escola estruturaram um programa de atendimento on-line para acolher alunos, professores e funcionários que compõem a comunidade escolar.

"O serviço gratuito oferece orientação e reflexão para amenizar impactos do isolamento e da mudança de hábitos durante a pandemia". O setor de psicologia das unidades escolares conta com três profissionais, que trabalham de forma colaborativa para dar suporte referente ao contexto escolar. Clique aqui e saiba mais sobre o projeto.

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