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Algas vivas por 87h: Solução criada por alunos de MT concorre a prêmio na África do Sul

08/05/2025 - 14h17
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Pode parecer só uma garrafa… mas é muito mais do que
isso


Um projeto inovador, criado por seis alunos do Sesi Escola Cuiabá, concorre a um prêmio na África do Sul, na competição de robótica FIRST LEGO League Open Africa Championship, que ocorre nesta semana no país africano. Os jovens de mente brilhante da equipe Brotherhood desenvolveram uma garrafa cilíndrica de PVC que permite transportar as algas marinhas cianobactérias dos recifes de corais até a superfície de forma segura.

Pode parecer só uma garrafa… mas é muito mais do que isso! O Cianoporte é uma solução para um problema real: hoje, os cientistas só conseguem manter essas algas vivas por 24 horas fora do oceano. Já com a engenhoca dos mato-grossenses, elas resistem por mais de três dias, totalizando 87h — um avanço e tanto para quem trabalha com cosméticos, medicamentos e até biocombustíveis produzidos a partir dessas algas.

O programador e capitão da equipe, Leonardo Araújo, 15 anos, explica que a garrafa foi criada para atender ao eixo Projeto de Inovação, um dos requisitos da modalidade FIRST LEGO League (FLL). “Esse eixo incentiva os jovens a identificarem um problema para resolver. A solução construída vai ao encontro do tema da temporada 2024/2025: Submerged, desafiando a gente a explorar as profundezas dos oceanos e a desenvolver soluções inovadoras para adversidades enfrentadas por profissionais no ambiente submarino”, pontua Leonardo.

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O Cianoporte é uma solução para um problema real: hoje,
os cientistas só conseguem manter essas algas vivas por
24horas fora do oceano


O Cianoporte não é um projeto estreante em competições. Na verdade, é uma iniciativa que já acumula conquistas. A invenção garantiu o 2º lugar na categoria Projeto de Inovação no Festival Nacional Sesi de Robótica, realizado em março, em Brasília – prêmio que contribuiu para a conquista da vaga na disputa internacional.

Mas, afinal, como funciona o Cianoporte?

A ideia surgiu quando os alunos identificaram que pesquisadores — chamados ficologistas — enfrentavam dificuldades para transportar essas cianobactérias dos recifes até os laboratórios, pois elas morriam rapidamente devido à variação de pressão, temperatura e luminosidade, fatores que normalmente afetam a estrutura molecular das algas durante o transporte.

Para solucionar essa problemática, o dispositivo da Brotherhood apresenta três diferenciais essenciais:

• Luz LED: permite que as cianobactérias realizem fotossíntese durante o transporte.

• Controle de Temperatura: mantém a faixa ideal de 15°C a 30°C, essencial para a sobrevivência das algas.

• Resistência à Pressão: suporta até 3 atm de pressão, garantindo a integridade das cianobactérias.

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Foram criadas cerca de 10 versões do Cianoporte até
chegar na versão final do projeto, que consegue manter
as algas vivas por até 87h


“Antes, elas não conseguiam sobreviver à viagem. Agora, com o nosso equipamento, conseguem chegar inteiras e cheias de vida”, comemora Patrícia Lorero, professora técnica da equipe. Tamires Silvia, também professora e mentora, lembra que o caminho até aqui foi longo: “Desde agosto de 2024, os alunos mergulharam de cabeça nas pesquisas. Foram vários testes e protótipos até encontrarmos o formato ideal.”

Testes em laboratórios e preço baixo

O Cianoporte passou por testes rigorosos em três laboratórios brasileiros: Universidade Federal de Santa Maria, Universidade Federal de Pernambuco e Universidade de São Paulo (USP). Os pesquisadores dessas instituições enviaram relatórios confirmando a eficácia da inovação.

Além da eficácia comprovada, o custo do dispositivo é 97,6% mais baixo do que as soluções atuais. Neste momento, os alunos, com o apoio do Serviço Social da Indústria (Sesi MT), trabalham para patentear o projeto.

Agora, o foco da equipe está na competição internacional, onde irão mostrar ao mundo a força da inovação brasileira.

A competição

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A invenção garantiu o 2º lugar na categoria Projeto de
Inovação no Festival Nacional Sesi de Robótica, realizado
em março. em Brasília



A Brotherhood representa o Brasil na FIRST LEGO League Open Africa Championship, que ocorre entre esta quarta-feira (07.05) e sexta-feira (09.05), na Cidade do Cabo, na África do Sul. Esta é a primeira vez que a equipe compete em um campeonato internacional. O time cuiabano conquistou a vaga após uma performance de destaque no Festival Nacional Sesi de Robótica, realizado em março, em Brasília. Os estudantes se sobressaíram nas provas práticas e nas apresentações em sala, garantindo o 2º lugar nacional na categoria Projeto de Inovação.

Texto: Fernanda Nazário

Foto: Fernanda Nazário e Rayane Gazola

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