Inspirados no filme Encanto, alunos cativam público com apresentações culturais transformadoras
Com um repertório pra lá de especial, os alunos do Sesi Escola Cuiabá e Várzea Grande cativaram, na noite desta segunda-feira (02.12), o público com apresentações culturais inspiradas no filme Encanto. Em um cenário mágico e envolvente, eles interpretaram as canções por meio de teatro, dança e Libras, tudo ao som de instrumentos musicais que transformaram a trilha sonora em uma experiência perfeita para a viagem da plateia até o universo cinematográfico.
O evento é a culminância das aulas extracurriculares do contraturno das unidades de ensino, que disponibilizam aulas de violão, violino e Libras. Para alcançar um resultado impecável, os 110 estudantes se dedicaram por meses com o objetivo de proporcionar a melhor experiência aos pais, amigos, familiares e professores.
Muito mais do que uma apresentação, o show é a realização de um sonho para Adrian Miguel, de 11 anos, aluno do 5º ano do ensino fundamental. Ele faz aulas de violino há três anos e se encontrou nas cordas do instrumento. Apesar do nervosismo, o pequeno se sentiu maravilhado pela oportunidade de tocar para seus pais e os familiares de seus amigos. “Eu gosto de jogar futebol e estudar. Não gosto de ficar parado, e tocar violino é minha paixão”, revela o aluno.
Influenciada pelo pai, Emily Dezem, de 15 anos, aluna do 9º ano do ensino fundamental, sempre gostou de música acústica e, por isso, há cinco anos decidiu fazer aulas de violão. Já familiarizada com o instrumento, ela aceitou outro desafio: tocar guitarra. Destemida, a jovem brilhou com seu novo “brinquedo” de diversão. “A guitarra é mais complicada, mas tem sido legal desenvolver novas habilidades. Com essas aulas, eu me senti mais solta, menos tímida”, conta a jovem.
Aliados da saúde emocional
Tocar um instrumento musical não é apenas um excelente hobby, mas também um incrível remédio que pode ajudar em diferentes aspectos da vida. Estudos revelam que a prática contribui tanto para as capacidades motoras do corpo quanto para vários processos cognitivos do cérebro, influenciando a memorização, reduzindo a ansiedade, melhorando o foco e estimulando os hormônios do bem-estar.
Ana Helena Oliveira vivenciou essas melhorias com sua filha, Helena Guia Ribeiro de Oliveira, de 9 anos, aluna do 3º ano do ensino fundamental. Helena é extremamente ativa e ansiosa, mas as aulas de violão atenuaram essas características. “Depois de uma crise de ansiedade, o médico pediu para eu inscrevê-la em alguma atividade extra que canalizasse sua energia. Então ela se identificou muito com o violão. Depois de alguns dias de aulas, percebemos que ela não teve mais crises e está mais focada, com mais atenção”, celebra a mãe, feliz em ver a filha progredindo.
Mirele Lopes também teve uma experiência impactante com sua filha Maite Lopes, de 6 anos. A pequena, que tem autismo grau 1, participa do grupo Sonata das Mãos, composto por alunos que fazem aulas de Libras. “Vi minha filha passar por um grande salto de desenvolvimento. Não esperava por isso, entretanto, o Sesi Escola nos surpreendeu com o trabalho de inclusão social que há aqui. Estou transbordando de emoção, carinho e gratidão”, pontua a mãe.
Respeito às diferenças
Com uma mensagem impactante, a noite de espetáculo transmitiu, por meio das notas musicais e da encenação teatral, os ensinamentos que permeiam o filme. Entre eles estão: a coragem de ser quem você é; a importância do diálogo e do fortalecimento dos laços familiares; a valorização das diferenças e a aceitação das imperfeições; a necessidade de ser honesto e vulnerável, entre outros.
“Esse evento é a culminância de tudo que os professores de cultura vêm trabalhando dentro das escolas. Eles ensinam a tocar instrumentos e, além disso, também abordam os desafios da atualidade, como o preconceito. Nossos estudantes são preparados para um futuro profissional promissor, alinhado a um convívio em sociedade baseado no respeito e na solidariedade”, enfatiza o gerente de Educação do Serviço Social da Indústria, Fernando Pereira.
Texto e fotos: Fernanda Nazário