Paixão pela educação move professores do Sesi por um ensino para além da sala de aula
Apaixonados pela educação, os professores do Serviço Social da Indústria (Sesi MT) desempenham um papel fundamental na vida dos alunos. Muito além da sala de aula, eles desenvolvem atividades práticas que preparam os jovens para o mercado de trabalho e ainda aprimoram suas habilidades socioemocionais para enfrentarem os desafios do futuro.
Os docentes incentivam os alunos a vivenciarem experiências que ativem todo o potencial maker, seja no laboratório, na robótica, nas ciências da natureza ou na matemática. Como faz a professora de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental do Sesi Escola Várzea Grande, Sandra Borges, que acredita na educação como ferramenta transformadora da sociedade e, por isso, explora jogos, apresentações em grupo, leitura, exercícios lúdicos e muito mais para garantir uma aprendizagem de qualidade.
“Sempre acreditei que a educação é o caminho para transformar a sociedade. Quando era aluna, tive professores que me inspiraram e fizeram com que eu percebesse o impacto que eles tinham na vida dos estudantes. Queria fazer parte disso, ajudar os jovens a descobrirem seu potencial, a enxergar novas possibilidades e a se prepararem para o futuro. Acho que ser professor é mais do que ensinar conteúdos; é ajudar a formar cidadãos críticos e conscientes”, diz Sandra.
Jessico Ferreira, professor de Ciências e Educação Tecnológica da unidade de Várzea Grande, lembra que, quando era criança, não sonhava em lecionar, mas com o tempo recordou-se de seus antigos professores e decidiu trilhar o mesmo caminho: impactar vidas por meio da educação. “As aulas que eu mais gostava na época são as aulas que atualmente trago para os meus alunos, que são de ‘mão na massa’, com desenvolvimento de projetos e resolução de problemas. Sou grato aos meus professores, que me deram credibilidade e assistência incrível, que hoje ofereço aos meus alunos.”
Jessico atua na área há oito anos e estimula a garotada a ser protagonista da própria aprendizagem. Ele está à frente de inúmeros projetos sensacionais com os estudantes, como a “Máquina Social Empire”. A invenção surge da necessidade de realizar o descarte correto de latinhas e foi criada para ser um ponto de coleta em que a população possa vender latinhas em troca de tickets ou dinheiro. “Essas iniciativas qualificam a juventude para o mercado, que vai exigir muita autonomia, domínio tecnológico e criatividade”.
De pai para filhos
A paixão pela carreira pulsa nas veias da professora de Educação Tecnológica do Ensino Fundamental do Sesi Escola Várzea Grande, Bia Moraes há 17 anos. Mas não é por acaso: ela vem de uma família de professores, cujo pai, tios e tias inspiraram seu mergulho na profissão. Parece até questão de genética, pois, dos 10 irmãos de Bia, oito lecionam. “Esse amor está no nosso DNA, passado despretensiosamente de pai para filhos para sermos verdadeiros semeadores do conhecimento”, afirma.
Quem também explora a criatividade da turma é a professora de Matemática do Ensino Médio do Sesi Escola Cuiabá, Karla Oliveira. Adepta de metodologias ativas, ela usa as ferramentas tecnológicas e inovadoras a seu favor. “Procuro trazer uma matemática mais lúdica, com atividades divertidas, porque as crianças não gostam só de resolver um exercício de matemática. Elas gostam de desafios. Por isso trago figurinhas, palavras cruzadas, alguma inovação, algo do cotidiano delas”, explica.
Karla seguiu a carreira de professora por incentivo de sua mãe, que amava a educação. Contagiada pela matriarca e habilidosa com os números, ela, aos 16 anos, entrou em um projeto do Estado que consistia em ensinar crianças que tinham dificuldade em Matemática. “A partir daí, o desejo por lecionar aumentou, e em 2019 concluí a faculdade de Matemática”, lembra a jovem professora, que reforça seu carinho pela turma.
Educação de Jovens e Adultos
A educação básica não é uma tarefa fácil, exige paciência, sensibilidade, amor e comprometimento. Na Educação de Jovens e Adultos (EJA) não é diferente, mas, muitas vezes, é acrescida de experiências dolorosas e complicadas que levaram essas pessoas a abandonarem os estudos ao longo do caminho. Para lidar com essa situação, o Sesi MT conta com professores que, apesar de não usarem capa, são verdadeiros heróis da educação. Eles dão todo o suporte necessário aos alunos, desde os exercícios em sala até o apoio psicossocial, para que não desistam da escola.
“Procuro criar um ambiente acolhedor, onde eles possam se sentir à vontade para compartilhar suas vivências e crescer academicamente e pessoalmente. Além disso, utilizo metodologias ativas para tornar o aprendizado mais dinâmico, envolvendo os alunos em processos que façam sentido para suas trajetórias de vida”, destaca a professora da EJA, Danielli Costa, que atua há 23 anos na área, sendo 9 na EJA do Sesi Rondonópolis.
O lema da professora da EJA do polo do Sesi em Cáceres, Bethânia da Cunha, é “ninguém solta a mão de ninguém”. Defensora da causa, ela tem a missão de motivar jovens e adultos a buscarem um futuro promissor. O primeiro passo: fazer com que conquistem o diploma do ensino básico. “Sou professora há 16 anos e, mais do que apenas ensinar conteúdo para os nossos alunos, ajudo a formar cidadãos conscientes, críticos e preparados para enfrentar os desafios do mundo. Ao ouvir cada estudante sobre suas experiências, sonhos e desafios, sou lembrada da importância do meu papel, não apenas na formação, mas também na construção de indivíduos mais humanos, solidários e resilientes”, reflete.
Time de ouro
Ao todo, o Sesi MT conta com mais de 150 docentes em seu quadro, sendo 121 de Educação de Crianças e Adolescentes (ECA), que atendem atualmente mais de 1.800 estudantes, em duas unidades, e 18 que atuam na Educação de Jovens e Adultos (EJA), formando mais de 3 mil pessoas anualmente.
Para o gerente de Educação da instituição, Fernando Pereira, esse time de ouro são os guardiões da educação, que mantêm acesa a chama por um futuro baseado em respeito, integridade, solidariedade e resiliência. “Cada um dos nossos profissionais contribui de forma única para essa missão, e os impactos em sala de aula são sentidos ao longo de toda a vida dos alunos. Juntos, eles desempenham um papel vital na construção de uma sociedade mais equilibrada”.
Texto: Fernanda Nazário
Fotos: divulgação