Dor e ansiedade resumiam os dias de Rosineire Ferreira enquanto aguardava há três anos por uma cirurgia no ombro. Cansada de esperar, ela buscou em maio deste ano ajuda no Multiação, que colocou um fim na angústia da auxiliar de serviços gerais. Rosineire foi atendida pelo projeto social e, em pouco mais de um mês, conseguiu operar.

"Sofri uma queda no trabalho e rompi dois tendões no ombro direito. Isso me atrapalhava em tudo, principalmente nas atividades domésticas, como limpar a casa, lavar louça, roupa e mexer panela", conta Rosineire, que ficou desempregada em razão das dores e dificuldades de movimentar o braço. "Tive que ressignificar minha vida para sobreviver. Faço requeijão. Minhas amigas me ajudam e sempre me enviam dinheiro para comprar remédio", conta a paciente.

Quem também encontrou alívio no Multiação foi o perfurador de poços Armando Rueda. "Me informaram que só a ressonância magnética demoraria pelo menos um ano. Não tinha como esperar todo esse tempo. Fui para o Multiação e consegui fazer ressonância, eletrocardiograma, ecocardiograma, exames de sangue e todo o preparatório para a cirurgia", celebra Armando, já com o ombro operado e animado para retornar ao trabalho.

Além de Rosineire e Armando, outros três pacientes da edição do Multiação realizado no dia 18 de maio, no bairro São João Del Rey, passaram por cirurgia ortopédica. O procedimento ocorreu no último sábado (06.07), na clínica Genus, uma das instituições parceiras do projeto. Já os exames foram vialibilzados pela Imagens Medicina Diagnóstica. OHospital Santa Helena também apoiou a ação.

"Fizemos um mutirão de cirurgias no ombro para corrigir problemas de ruptura de tendão. Caso os pacientes não operem em um tempo determinado depois da lesão, eles podem ser prejudicados, e muitos deles estavam na fila do serviço público de saúde sem a possibilidade desse tratamento", pontua Cássio Teles, médico ortopedista.

O Multiação é uma iniciativa do Sistema da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi MT) e a Rede Mato-grossense de Comunicação (RMC). O projeto conta ainda com o apoio de aproximadamente 40 instituições e profissionais parceiros.

Para o médico Marcelo Sandrin, a filantropia ajuda a amenizar o sofrimento das pessoas. "Vemos o projeto social como uma forma de minimizar a dor e mostrar que a solidariedade, a beneficência e a filantropia valem a pena. Doar ao próximo não é uma obrigação, tem que ser um prazer", acredita Sandrin.

Feliz em fazer parte de um projeto que transforma a vida das pessoas, a anestesista Débora Gonçalves destaca a resolução do problema do paciente. "É gratificante saber que o paciente vai resolver um problema crônico que atrapalha a vida dele. Ficamos felizes de fazer parte desse projeto lindo".

Para o superintendente do Sesi MT, Alexandre Serafim, sem o apoio dos parceiros não seria possível promover saúde a quem precisa. “É satisfatório ver a alegria pelo fim do sofrimento estampando no rosto das pessoas que atendemos. A união dos esforços é fundamental para a permanência do projeto”, ressalta.

Texto: Fernanda Nazário