Robótica na veia: torneio revela talentos e mostra que conhecimento pode ser divertido
O tempo é pouco e as tarefas são muitas. Em meio a uma grande correria, as equipes de robóticas transitam aceleradas entre a arena de desafios e o computador, onde as programações são realizadas. Os carrinhos, feitos de peças de Lego, têm a mesma base, mas cada grupo pode criar o design mais eficiente e adequado às provas. Cada detalhe é avaliado pelos juízes e, por isso, muitos alunos treinaram por meses no contraturno para chegar ao Torneio Interno de Robótica (TIR) do Sesi Escola de Várzea Grande.
Durante todo o ano, os estudantes aguardam pelo evento, que, este ano, foi realizado na sexta-feira (20), no pátio da unidade. A professora Maria da Conceição, a professora Bia, diz que os alunos são estimulados desde que entram na escola a ter intimidade com a tecnologia e os processos de criação. Por este motivo, vários grupos conseguem destaque, medalhas e reconhecimentos em competições estaduais, nacionais e até internacionais. Um deles, o Dumonters, participa de competições de robótica na categoria FTC (First Tech Challenge).
“Os integrantes do Dumonter geralmente saem do Torneio Interno de Robótica (TIR) da escola e, por este motivo, muitas das crianças se esforçam para fazer uma boa apresentação. Eles se inspiram nos Dumonters, comemoram cada título conquistado pelo grupo e querem ser um deles”, afirma.
Dentro de sala de aula, a professora Bia explica que é aplicada a metodologia Steam, que trabalha com os seguintes pilares: Ciências, Tecnologia, Artes e Matemática. Assim, entre as atividades propostas estão as que desenvolvem o pensamento computacional, iniciação científica, designer e letramento digital, habilidades que são complexas, mas ganham leveza com um pouco de diversão.
Competição acirrada
Até quem muito treinou ficou “arrochado” na hora da competição. Os campeões em primeiro lugar da competição na categoria Ensino Fundamental 2, o Screaming Penguins, que digam. A equipe é formada por Guilherme, Gustavo, Yasmin, Benício, Gabriel e Miguel e passou dificuldades com o robô.
Guilherme explica que eles ficaram treinando duas vezes por semana no período da tarde para conseguir ter um design adequado e uma programação vencedora. Porém, nem tudo que se planeja acontece. No primeiro round, eles não fizeram sequer um ponto por conta de problemas no robô. No segundo round, recuperaram e conseguiram fazer parte das tarefas. Contudo, no último round, voltaram a ter problemas. “Eu pensei que nós chegaríamos à premiação de equipe superação. Confesso que fiquei surpreso com o resultado”, diz Guilherme.
Mais do que robôs
Para quem pensa que o torneio se resume a arena, está muito enganado. Enquanto o locutor, conhecido pelos alunos como Tio Mateus, enrolava a língua para chamar as equipes, muitas com nome em inglês, uma série de outras atrações rolavam simultaneamente.
Ao lado da arena estava uma exposição de projetos de inovação, elaborados pelos alunos para as mais diferentes finalidades. Desde festas com fones de ouvido para não prejudicar a audição até hologramas em 3D feitos com um celular e garrafas pet.
Sem contar que de tempos em tempos o locutor chamava os alunos para uma dança coreografada. A harmonia entre os presentes parecia orquestrada e ninguém fugia dos passinhos, saltos e palmas, seja criança, adulto ou robô.
Convidados que deram show
Um grupo de participantes da Escola Estadual Heliodoro Capistrano deram um show e segundo os juízes mostraram estar em condições de alçar novos voos. Os Heliobots Technology são apadrinhados pelos Dumonters, que dão orientações, compartilham equipamentos e contribuem com a formação dos integrantes da equipe. A atividade de mentoria faz parte da categoria FTC, que inclui ações sociais que contribuam com a formação dos valores dos adolescentes.
Lucas Batista, 16 anos, é um dos integrantes da equipe Heliobot. Ele conta que o grupo é formado por 18 estudantes, dois técnico e tem treinos constantes, sendo que nas proximidades da competição, os treinos aconteceram diariamente.
No Torneio Interno de Robótica do Sesi Escola Várzea Grande, eles levam dois prêmios: melhor desempenho do robô e equipe destaque.
A festa é dos alunos
A gerente da unidade, Luciana Brandão, diz que os alunos estão sempre se superando em cada torneio, hoje na 5ª edição, e que ficou orgulhosa com o comprometimento deles na competição. “O evento é uma oportunidade de aplicarem o que aprenderam e também de conquistar mais espaço no universo da robótica”, afirma.
Veja a lista de vencedores:
Ensino Fundamental 1
- 1º Projeto de Inovação: Creators
- 2º Projeto de Inovação: Os Artísticos
- 1º Core Value’s: Art Tec
- 1ª Equipe em Destaque: Stich
- 1ª Equipe Superação: Tartarugas Makers
- 2ª Equipe Superação: Os Artístas
- 1º Gracious Professionalism: Os Criativos
- 1º Design de Robô: Blue Dragon
- 2º Design de Robô: Happy
- 1º Desempenho do Robô: Creators
- 2º Desempenho do Robô: Os Magníficos
- 3º Champion’s Award: Word of Tech
- 2º Champion’s Award: Os Magníficos
- 1º Champions’s Award: Asas Elétricas
Ensino Fundamental 2
- 1º Projeto de Inovação: Creative Students
- 2º Projeto de Inovação: Art Atak
- 1º Core Value’s: Tech Backyardigan
- 1ª Equipe em Destaque: Heliobot Technology
- 1ª Equipe Superação: Bluestone
- 2ª Equipe Superação: As Chefes
- 1º Gracious Professionalism: No Name
- 1º Design de Robô: Astrohande
- 2º Design de Robô: Golden Programms
- 1º Desempenho do Robô: Heliobot Technology
- 2º Desempenho do Robô: Monalisa
- 3º Champion’s Award: Power Ranger
- 2º Champion’s Award: Technology Bumblebee
- 1º Champions’s Award: Screaming Penguins
Equipes classificadas do Fundamental 1:
- Creators
- Os Magníficos
Equipes classificadas do Fundamental 2:
- Heliobot Technology
- Monalisa
Texto e fotos: Caroline Rodrigues