Promovi: três indústrias aderem ao programa de ações continuadas em saúde e segurança do trabalhador
As três empresas selecionadas para participar do projeto piloto Promovi - Promoção, Monitoramento e Valorização da Vida – assinaram o contrato de adesão na sexta-feira (11), na presidência do Sistema de Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt). A Plastibrás, Estofados Santos e Indústria Química CMT vão receber atividades contínuas para melhoria da saúde do trabalhador por um ano. Ao todo, serão atendidas 200 pessoas com atividades de diagnóstico, ações em Saúde, acompanhamento e mensuração de resultados. Uma atuação cíclica e inovadora que será implantada inicialmente em forma de projeto piloto.
O presidente do Sistema da Federação das Indústrias de Mato Grosso (SFiemt), Silvio Rangel, disse que já existe o interesse em se ampliar o projeto futuramente, principalmente por conta do diferencial, que é a atuação na empresa durante um período maior, algo que atende a demanda das indústrias.
Para o superintendente regional do Serviço Social da Indústria (Sesi) em Mato Grosso, Alexandre Serafim, o projeto vem para complementar os serviços já oferecidos pela entidade. Ele cita como exemplo as edições do evento SSTrends, que trouxe para as cidades de Cuiabá, Rondonópolis e Sinop uma série de oficinas e palestras com especialistas renomados no mercado de Saúde e Segurança do Trabalho.
A adesão
No dia da assinatura do contrato, estavam presentes os proprietários das empresas, entre eles Adilson Ruiz, da Plastibrás. “As máquinas nós compramos. Agora, a equipe, nós construímos e precisamos cuidar dela. E as nossas novas conquistas vão depender de pessoas engajadas e saudáveis”, afirma.
Os funcionários da empresa Plastibrás estão ansiosos para o início das atividades do projeto. A gestora de pessoas da empresa Plastibrás, Adriana Godoi, conta que estão sendo elaboradas estratégias para contribuir com o engajamento dos colaboradores e quem sabe até uma premiação financeira para as pessoas que garantirem a frequência e ainda obtiverem resultados com a perda de peso.
O proprietário da Indústria Química CMT, Rafael Real, disse que o setor de Recursos Humanos (RH) se interessou pelo projeto e se inscreveu na seleção. Estar entre os escolhidos para receber o projeto piloto foi algo muito comemorado pela empresa. Conforme o empresário, a atenção à assistência oferecida pode ajudar a resolver questões latentes em relação à saúde do trabalhador como obesidade, hipertensão, diabetes, sedentarismo e consumo excessivo de álcool.
“Nós já tivemos várias ações promovidas em parceria com o Sesi, mas em nenhuma delas os profissionais ficaram tanto tempo na empresa. Acho que será importante e até mesmo pode ser incorporada à rotina da empresa”, relatou.
O programa
O Promovi tem o objetivo de agir dentro dos cuidados primários em saúde, dando ênfase a doenças de grande prevalência em pessoas com idades entre 20 e 59 anos como diabetes, hipertensão e dislipidemia – popular colesterol alto ou gordura no sangue. A enfermeira do departamento de Saúde e Segurança no Trabalho do Sesi em Mato Grosso, Solange May, explica que mais de 80% dos atendimentos por médicos de família podem resolver os problemas de saúde na primeira consulta e a falta de procura pelo atendimento preventivo, principalmente no caso dos homens, pode ampliar o risco de ser surpreendido por uma reação grave a doença.
Durante as três fases do projeto, os participantes irão fazer exames e terão consulta com médico por meio da metodologia da telemedicina. A ideia é que haja qualidade no serviço associado a praticidade, uma vez que o funcionário não precisará se deslocar do local de trabalho.
Em seguida, haverá uma consultoria nutricional para que o trabalhador tome as rédeas dos cuidados da sua saúde e possa expandir as mudanças para a família, junto com a inserção de atividades físicas habituais. No projeto, educadores físicos participarão desta etapa dando orientações e treinamentos funcionais dentro dos espaços de trabalho duas vezes por semana.
Ao final, todos os exames serão repetidos e a comparação com os feitos no início do processo estará no relatório de resultados.
Onde o empresário ganha
A alta incidência de Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNTs) e violências – como acidentes – colocam o Brasil em quarto lugar no ranking da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de Anos Potenciais de Vidas Perdidos (APVP). Sendo assim, o programa tem como finalidade contribuir para o tratamento das doenças, resultando na redução da mortalidade e diminuição dos casos de incapacidades motoras, sensoriais e cognitivas.
Na rotina da gestão das empresas, as doenças também representam problemas com altas taxas de absenteísmo – ausência do trabalho -, aposentadorias precoces, baixa produtividade, risco aumentado de comportamento inseguro, aumento de acidentes de trabalho e sofrimento mental causado não apenas pela presença da doença.
Texto: Caroline Rodrigues