SST: Especialistas destacam importância de domínio de normas legais e capacitação técnica
A necessidade de formação continuada e qualificação técnica foi um dos assuntos abordados durante as oficinas do seminário SSTrends - Conectando Tendências, Pessoas e Tecnologias. Cerca de 250 profissionais de gestão de pessoas, RH, de saúde e segurança, empresários e industriais participaram da programação vespertina do evento, organizado pelo Serviço Social da Indústria (Sesi MT), na unidade local em Rondonópolis, que reuniu especialistas renomados para falar sobre as últimas tendências e inovações no campo da saúde e segurança do trabalho.
Segundo o mestre e doutor em engenharia de produção, Antonio Nunes Barbosa Filho, responsável por ministrar a oficina intitulada 'Perspectivas e desafios no segmento do agronegócio e as principais NRs impactantes', as empresas devem fundamentar suas ações em três pilares essenciais: excelência na capacitação técnica, domínio das normas legais vigentes e expertise gerencial.
"Sempre defendo que se trata de um tripé, fatores complementares e integrados que devem ser abordados simultaneamente. Ao fazer isso, as empresas poderão obter a adesão de todos. Neste evento de hoje, temos a presença de altos executivos da indústria, que estão cada vez mais conscientes da importância de investir na prevenção, pois é muito mais eficiente do que lidar com as consequências após o ocorrido."
De acordo com ele, um acidente de trabalho tem repercussões econômicas, inclusive penais, sobre o moral dos trabalhadores, sem falar do impacto social e dos desdobramentos econômicos e da questão da responsabilidade técnica dos profissionais. “O profissional de SST é um ente moral, é o que responde, inclusive criminalmente. Não é a empresa, a empresa é a personalidade jurídica. Então ela suporta o dano econômico, mas o profissional responsável pelo segmento. Ou o proprietário, o empreendimento é quem responde criminalmente pela ocorrência da lesão.”, enfatiza.
Para a palestrante Paula Scardino, coordenadora nacional da NBR 14.787 e 16.577 da ABNT, que falou sobre a NR33 – Espaço Confinado, quando o assunto é NR 33 é sempre fatalidade, então, capacitar profissionais e discutir a segurança no trabalho é essencial. “Esse papel do Sesi, realizando um evento dessa magnitude, percorrendo três importantes polos do estado, é fundamental para que possamos justamente capacitar as pessoas e controlar riscos”.
A especialista alerta que o trabalho em espaços confinados deve ser levado a sério e garantir a segurança e saúde de todos os trabalhadores envolvidos neste ambiente é responsabilidade da gestão. Por isso, é preciso ficar atento às normas regulamentadoras, procedimentos de entrada, análise de risco e serviços de emergência.
O coordenador administrativo da Rumo em Rondonópolis, Diego Freitas, que participou da oficina, destacou a qualidade do conteúdo aplicado pela palestrante. "Ela trouxe muito conhecimento técnico e experiência como profissional que atuou em diversos locais, mostrando a criticidade do que é atuar em um espaço confinado, o quanto é perigoso. É um alerta para todos os empresários a necessidade de ter uma equipe que domine as normas, e da importância de investir em equipamentos de qualidade e prevenção".
A programação do workshop contou ainda com palestra “Gestão de perdas auditivas ocupacionais, para além da audiometria e tributação da RFT sobre remuneração afetada pela exposição ao ruído: desafios e oportunidades”, com o Pós-doutor pela Escola Nacional de Saúde Pública - ENSP, doutor em Ciências da Saúde (UNB) e mestre em Prevencion Y Protecion en Riesgos Laborales (Universidade de Alcalá de Henares, Espanha), Paulo Rogério de Oliveira, e Mariane Andrade, fonoaudióloga especialista em Fonoaudiologia do Trabalho pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia.
Texto: Viviane Saggin