Jogo virtual desperta interesse e estimula aprendizado
O Dia do Folclore é celebrado internacionalmente (inclusive no Brasil) no dia 22 de agosto. E aprender sobre o conjunto de expressões culturais populares que englobam aspectos da nossa identidade nacional pode ser muito mais interessante na frente de um computador, dentro de um game, do que em uma aula tradicional.
O Saci Pererê, o Lobisomem, a Mula Sem Cabeça, o Boitata e tantos outros personagens que povoam o imaginário popular e, principalmente, das crianças, ganham vida em um desafio educativo.
Sob comando dos professores de Educação Tecnológica, os alunos do Ensino Fundamental I do Sesi Escola precisam pesquisar contos, lendas, anedotas, músicas, danças, figurino, costumes e tudo o mais que define a cultura popular, com o objetivo de desenvolver o conhecimento acerca das mais famosas histórias do nosso folclore, em um universo lúdico. Afinal, a ideia é comemorar o mês do Folclore Brasileiro e interpretá-lo à sua maneira, criando figuras, imagens e cenários por meio de uma versão do jogo de blocos utilizada em salas de aula (Minecraft Education Edition).
“Trabalhamos as habilidades como a criatividade, raciocínio e resolução de problemas. Eles pesquisam, criam personagens no ambiente virtual do jogo e apresentam o mundo lúdico descoberto e pensado para a tarefa”, exemplifica a professora Maria Conceição Gomes de Moraes, conhecida como Bia, do Sesi Escola Várzea Grande.
De acordo com ela, o jogo possibilita aos alunos permear entre os caminhos da história, herança cultural e artística. “Eles reconheceram a importância da representação e reconstrução de algo real na versão virtual, além de ter a chance de propor, a partir do trabalho em grupo, intervenções para melhorar, segundo sua interpretação”.
Aprendizado e diversão
Para o aluno Angelo Piffer, 8 anos, do 3º ano B, do Sesi Escola Várzea Grande, o jogo permite, além da construção das lendas, o desenvolvimento da criatividade e a comunicação com os colegas, mesmo durante a pandemia, já que precisam fazer o trabalho em grupo, via internet.
“É um mundo de aventura quadrado (se referindo ao formato do jogo), que desenvolve a nossa criatividade e proporciona diversão. E o que mais gostei de fazer foi criar o Minhocão do Pari. Pesquisamos o Negrinho D’água e o Ouro Alavanca, mas decidimos pelo Minhocão por ser mais popular e também mais fácil de construir no Minecraft”. Esta é uma das lendas mais conhecidas em Cuiabá, que aterrorizava ribeirinhos que acreditavam que uma cobra gigante vivia nas profundezas do Rio Cuiabá e, vez ou outra, virava barcos para devorar os pescadores, levantava grandes ondas e desmoronava barrancos dos rios.
A colega de turma e de grupo Lavínia Campos também gostou da personagem escolhida e destaca a diversão como principal vantagem no método de aprendizagem. “Para desenvolver o projeto, a gente precisa de muita concentração. Estamos aprendendo de maneira divertida, conhecendo o Folclore Brasileiro e construindo mundos virtuais muito interessantes”, relata.
Outra estudante que aprova a metodologia é a pequena Maria Edith Schafer. “O que eu mais gostei foi que a gente conseguiu fazer o trabalho em equipe. Essas atividades são muito divertidas de fazer e o jogo é super legal, dá para criar muitas coisas com ele”.
A professora Lucineia Aiello, da unidade de Cuiabá, aponta que, cada vez mais, educadores e instituições de ensino tentam inovar o modelo clássico de ensino, incluindo ferramentas digitais nos currículos. Inúmeros jogos e softwares já foram desenvolvidos para contribuir com a tarefa de ensinar de uma maneira mais simples, lúdica e divertida.
“Eles aprendem melhor quando se divertem. Quando estão motivados a avançar no jogo, precisam interpretar as indicações que aparecem na tela. Quando estão jogando online, a ferramenta permite que eles construam o mundo juntos, ai entra o trabalho em equipe, por exemplo”.
A educadora lembra que, com interação, criatividade e trabalho em equipe, os alunos aprendem, planejam e colocam em prática os ensinamentos, além disso, existe a função do chat bate-papo para trocar mensagens. “Eles conversam com os colegas da sala de aula, enquanto desenvolvem os projetos. Neste período de pandemia, o jogo tem sido um aliado para distração e interação”.
Lucineia assegura ainda que, o ambiente digital permite as mais variadas criações e é um local perfeito para deixar a imaginação correr solta. “Os alunos podem usar suas habilidades para construir de casinhas simples a grandes impérios, o que abre um gigantesco leque de possibilidades e faz com que a imaginação esteja sempre sendo trabalhada”, finaliza.