Equipes mato-grossenses se destacam em competição nacional de robótica
A delegação mato-grossense que participou do Festival Sesi de Robótica, realizado no fim de semana, em São Paulo, voltou para casa com importantes conquistas. A equipe Brother Creators, composta por alunos do Sesi Mato Grosso, foi classificada para a etapa internacional da competição First Lego League (FLL). Já a escuderia Tucaré, formada por estudantes do Sesi e Senai MT, arrebatou dois prêmios no Torneio Sesi F1 nas Escolas (F1 in Schools): Melhor Participação Feminina e Melhor Identidade Visual. Aproximadamente, 1.500 estudantes, com idades entre 9 e 18 anos, participaram do evento como competidores.
Cidades inteligentes e a sociedade do futuro estão em pauta nesta temporada. Os temas norteiam as competições e colocam robôs autônomos para solucionar problemas de engenharia civil, mobilidade e urbanismo de forma inovadora e criativa.
Depois de dedicar meses à construção de robôs e ao desenvolvimento do projeto inovador de mobilidade urbana, os integrantes da Brother Creators, Renan Azambuja, Maria Eduarda Ribeiro, Rúbia Bitencourt, Smithy Freitas e Juliano Duarte, conquistaram uma das 30 vagas para a etapa internacional, que ocorre entre os dias 26 e 28 de junho, no Rio de Janeiro. Esta é uma conquista inédita para Mato Grosso.
O projeto apresentado pela equipe envolve tecnologia para uma cidade inteligente e o acesso correto das vagas prioritárias. Denominado SAEP- Sistema de Acessibilidade em estacionamentos públicos e privados, é uma solução inovadora por meio de monitoramento em pontos estratégicos. A ideia é também fazer com que a população se conscientize sobre a importância de respeitar o direito das outras pessoas.
Na modalidade FLL participam equipes de dois a dez participantes e os estudantes precisaram elaborar um projeto buscando soluções para problemas do dia a dia da sociedade moderna. O tema desta temporada, City Shaper (Cidades Inteligentes), desafia os jovens a pesquisar formas de melhorar a vida das pessoas nas cidades.
“Além do projeto de inovação, os participantes precisam construir um robô de Lego que é programado para realizar uma série de missões, e também são submetidas a outras categorias de avaliação como Design do Robô, que envolve Programação e, conceitos de trabalho em equipe, respaldadas pelos valores e princípios da competição”, explica um dos técnicos da equipe, Carlos Juliani.
Ao todo, 100 equipes de todos os estados brasileiros participaram da competição em São Paulo nesta categoria. Elas foram selecionadas após a realização de diversos torneios regionais, que vêm sendo realizados desde dezembro do ano passado.
Pela primeira vez participando de uma etapa nacional, a integrante Maria Eduarda, 13 anos, confessa que a experiência foi única. “O festival é algo tão mágico que eu sinto que, por mais que eu tenha ficado três dias lá, eu não conheci nem 50% do evento. É uma experiência maravilhosa, que eu tenho certeza que não vou esquecer. Foram muitas risadas, lágrimas, pulos, muitas emoções misturadas. Mas no fundo tudo valeu a pena porque é sensacional representar Mato Grosso no mundial”.
F1 in Schools
Na ocasião em que se comemorou o Dia Internacional da Mulher (08 de março), o grande destaque de Mato Grosso na competição foi a equipe Tucaré - que arrebatou no Torneio Sesi F1 nas Escolas (F1 in Schools) o prêmio de Melhor Participação Feminina, além da Melhor Identidade Visual.
Composta por Fernanda Carvalho Fernandes, Allana Amorim Moraes, Isabela Gaudie, Evandro Henrique do Santos e João Victor Arruda, a equipe precisou aliar marketing, design e trabalho em equipe para cruzar a linha de chegada.
Realizado desde 2019, o programa F1 in Schools desafia estudantes a criarem empresas para competir em uma pista de corrida em miniatura. O campeonato, que faz parte de um projeto internacional realizado pela própria Fórmula 1, reproduz desafios profissionais envolvidos em uma corrida de carros do início ao fim, desde a criação da escuderia até o enfrentamento nas pistas.
Nessa preparação para o mundo profissional, os jovens competidores precisam pensar em projeto de engenharia, criar o carrinho de fórmula 1 rápido e resistente, marketing, patrocínio, plano de negócios e estratégias em mídias sociais. Além disso, as equipes desenvolvem um projeto social, que pode ser usado como critério de desempate no resultado final.
“Aqui, não é só a velocidade que conta: é necessário utilizar diversos recursos tecnológicos para projetar, modelar e testar um protótipo de um carro de F1”, afirma Allana, que já participou de três temporadas da FLL e agora da F1 in Schools.
Para a jovem, o trabalho desenvolvido durante o ano todo é recompensado nas competições. “É cansativo, mas quando chegamos aqui, todo o esforço é recompensado. Nos renovamos e aprendemos muito. Nesta etapa, eu aprendi a confiar mais em mim mesma e a ter autoconfiança”, frisa Allana, que ao pilotar o carrinho de fórmula 1 da equipe, teve o 2º melhor tempo no torneio.
Os times mato-grossenses contam com a preparação e coordenação dos técnicos Mara Farias, Carlos Juliani, Ediney de Brito Junior, conhecido como professor Fenômeno, Nádia Pécora e Luana Peralta.
De acordo com Mara Farias, a temporada representou um grande desafio para todos, mas também uma oportunidade de superação das equipes e dos estudantes, com conquista de títulos importantes para Mato Grosso. “Alcançamos grandes vitórias nas regionais, realizadas em Brasília (DF) e em Vitória (ES), com duas equipes, a Brotherhood e Brother Creators. Fomos primeiro lugar Champions Awards nas duas competições e com isso, a chance de participarmos da nacional e, agora, do internacional”.
A professora destaca o trabalho em equipe e o empenho de alunos e professores. “É fruto de um grande esforço de um grupo de pessoas fortes, sonhadoras e determinadas, que não mediram esforços para que isso acontecesse. Mato Grosso deixa, assim, sua marca no Festival de Robótica”.
Confira a galeria de fotos Aqui.